Hoje estou me sentindo assim. O ano começou bem e algumas coisas que há anos gostaria de ter feito estão começando a dar certo, lógico que não posso ser hipócrita e pensar que o ano todo será de alegrias e festas, mas afinal de contas as coisas ruins também não são boas? Pra mim sempre são, pois são com elas que cresço e crio resistência.
Algumas coisas que acontecerão neste ano já estão povoando a minha mente, como por exemplo as Olimpíadas, que sempre me deixam com a certeza de que eu deveria deixar de lado o sedentarismo e praticar algum esporte físico (que sempre deixo para depois); as eleições municipais e aquele pensamento "a la Boechat", de que votar é apenas mais uma das minhas obrigações de cidadã e não uma vontade eminente, e principalmente como será a minha banca!Não, não estou montando uma banca de revistas nem de doces, mas a que apresentaria para adquirir o diploma. Quando penso neste assunto logo me vem a mente as dezenas de livros técnicos e de teorias que tenho que ler e das leituras que não me foram muito agradável.
Em alguns momentos me pergunto qual o verdadeiro sentido de estar cursando jornalismo e confesso que tenho medo da resposta. Será que é porque faço parte do grupo de universitários que conseguem entrar na faculdade com bolsas estudantis? Por que tive medo de passar fome se cursasse música ou artes cênicas (se bem que atualmente jornalismo não está muito longe disso!)?
Ainda ontem li em um blog, A Voz do Bugio uma frase que me deixou bastante intrigada: "Jornalismo é coisa séria demais para se deixar só na mão de jornalista" e com isso me dei conta de que a profissão é inexistente e que toda essa briga pela obrigatoriedade do diploma para exercê-lo é desnecessária, uma vez que o jornalista não é criado dentro de uma universidade, mas deve ter de nascença qualidades como gosto pela leitura e escrita. A coisa mais comum que vejo são pessoas no quarto ano da faculdade que se chateiam pela obrigatoriedade de ler determinado livro ou trecho para fazer uma prova ou seminário, que não sabem ou não gostam de escrever e que apenas se dão por satisfeitos em tirar nota média para não pegar final, pessoas que são capazes de contar com riquezas de detalhes estórias de livros como "Bianca" e "Sabrina", mas que nunca se deram ao trabalho de ler José Saramago. Não tenho nada contra romances, mas faça-me o favor!! Acredito que a universidade nos últimos anos tem servido apenas para distribuir papéis atestando que alguns anos foram passados dentro da instituição, masmo que perdendo tempo.
Para o meu TCC estou lendo atualmente uma obra do jornalista e professor Victor Emanoel Folquening, dono do blog BOP!, que é resultado de uma pesquisa que realizou com os alunos de Comunicação Social da Universidade Estadual de Ponta Grossa - UEPG, onde analisou quais são os anseios dos estudantes quanto a profissão. Grande maioria disse que cursava pois tinha a inocente idéia de mudar o mundo, outros disseram que é porque queria estar na mídia e outros quase deixaram claro que não sabiam. Um dos depoimentos mais interessantes é o de uma aluna que diz que professores universitários são profissionais que não deram certo no mercado de trabalho e por isso são ranzinzas e ministram aulas maçantes. Não posso dizer que tenho a mesma opinião, mas não deixa de ter sentido. A maioria das aulas são superficiais, com pouca prática, que ensinam os alunos a fazer apenas "ótimas" entrevistas por telefone e e-mail e que nunca nos fazem investigar ou refletir profundamente sobre algum assunto. Acho que a culpe não é dos professores ou dos alunos, mas do conjunto em si e não se pode deixar de lado a instituição fora disso. Até bem pouco tempo era possível contar nos dedos as faculdades que haviam em uma cidade, hoje falta-me dedos para isso. Com a exigência de ensino superior para se conseguir "um bom emprego" em qualquer ponto onde havia uma placa de "aluga-se" se tornou uma faculdade e com isso a qualidade se tornou quase inexistente.
Espero encontrar o meu caminho, isso se os meus olhos não cegarem com o colírio alucinógeno!!
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