Abordagens e teorias sobre o produto: NOTÍCIA

Por: Lucimara Savi e Cássia Gomes

Jorge Pedro Sousa faz parte do grupo de estudiosos que afirmam que já há estudos suficientes para compor uma teoria da notícia. Os pontos de partida para estudos da notícia foram as perguntas: Por que as notícias são como são e por que é que temos as notícias que temos? Como circula a notícia, como é consumida e quais os seus efeitos? O artigo não apresenta apenas afirmações e defesas da ideologia de seu autor, mas também confronta com estudos de outros pesquisadores.
Para embasar seu artigo o autor utilizou estudos de teorias universais como agenda setting e gatekeeping, entre outras, e estudos mais recentes de pesquisadores que em outros países tiveram a mesma preocupação que Sousa. Todos os autores partiram da 1º etapa que se refere à produção do artefato lingüístico, onde, fatores de natureza pessoal, social, ideológica, histórica e do meio físico e tecnológico são os responsáveis diretos pela finalização da notícia nesta fase. A notícia verdadeiramente passa a existir a partir do efeito que gera em seu leitor, pois, através dos meios de comunicação, principalmente jornalísticos é que a sociedade tem informação sobre a realidade que o cerca.
Os estudiosos da notícia dividem-se em dois grandes grupos, são eles: Divisionistas; afirmam que apesar de todos os estudos já realizados não há material e conhecimento suficiente para a criação de uma teoria do jornalismo, pois tais estudos são semelhantes, porém contraditórios. Unionistas; grupo este que Sousa faz parte, não nega que há várias possibilidades de estudos que isolados são insuficientes para criar uma teoria, mas são fatores que em conjunto resultam em uma única teoria que explica porque as notícias são como são.
Para Sousa uma teoria científica deve ser simples, clara e direta. O autor não contente em explicar que a teoria da notícia é científica, elaborou também uma fórmula matemática, sendo ela: N= f (Fp.Fso.Fseo.Fi.Fc.Fh.Fmf.Fdt.Fh).
As teorias dos estudiosos deixam uma lacuna pela falta de apresentar dados concretos sobre os efeitos das notícias no receptor. Todos os pesquisadores partem do mesmo princípio, que é a produção e intervenção do jornalista, para o seu resultado, o efeito que gera na sociedade e toda a discussão fica apenas em torno de haver estudos ou não para uma única teoria. Para sustentar a nossa opinião de que não somente o jornalista é o maior responsável pelo produto final que é a notícia, apresentamos a opinião do autor Luiz Costa Pereira Junior, que no livro A Apuração da Notícia afirma que “o jornalista não é o único produtor da notícia, nela interfere fatores tais como: atuação de sujeitos, veículo, convenções da rotina profissional e interesses corporativos. Além disso, interferem ainda hierarquias, filtros, barganhas, hábitos incorporados, improvisos forçados pela pressão do fechamento, regras da organização que tornam a informação, resultado de uma manipulação em cadeia nem sempre condicionado por apenas um agente produtivo. O preparo técnico por si só não é garantia de um bom jornalismo.”

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