Participação das mulheres nos espaços de poder: um desafio para a igualdade

Por Lucimara Savi

“Não basta apenas ser mulher, tem que aderir a causa”. É assim que Rosani do Rosário Moreira se posiciona em relação ás mulheres que ocupam cargos públicos. Segundo ela, muitas mulheres que estão em lugares que poderiam ajudar a beneficiar a causa feminina simplesmente se omitem. É o caso de mulheres na política.
Rosani é ativista paranaense da Marcha Mundial das Mulheres, organização esta que desde 1995 reúne feministas do mundo todo que lutam por justiça e pedem simplesmente “Pão e Rosas”, símbolo de melhores salários e dignidade. Este grupo, em conjunto com o governo Lula, a Assembléia Popular e outros movimentos se organizou para pressionar o governo a romper com os aspectos conservadores de sua política. O primeiro alvo foi a política econômica, buscando a melhoria e valorização do salário feminino no Brasil, pois mesmo desempenhando as mesma funções que o sexo oposto recebe menos pelo serviço prestado. As militantes reconhecem que estão lutando contra gigantes no mundo inteiro, seja o governo ou preconceito. “Nesta luta sei que somos minoria, mas uma minoria de peso, de consciência determinação, declarou Sara Leite”.
A luta em favor de melhores rendimentos, contra a violência sexista e saúde feminina não se limita ao dia oito de março, Dia Internacional da Mulher, mas “é uma luta constante e diária. Não lutamos apenas por direitos iguais, também contra a miséria, violência doméstica e todos os assuntos relacionados aos nossos direitos”, afirma Rosani. Sobre a violência doméstica Sara explica que muitas mulheres vítimas não sabem como agir e nem a quem pedir ajuda e mesmo as que sabem têm medo, pois após uma denúncia terão que retornar a companhia de seu agressor. Para resolver esta questão elas apresentaram ao governo de Roberto Requião a criação de um abrigo onde as violentadas possa se refugiar juntamente com seus filho. Na cidade existe ainda a Delegacia de Mulher, que atende em média de 11 ocorrências por dia, e o Centro de Referência, que oferece atendimento psicológico e jurídico as mulheres em situação de violência.
O desafio de criar políticas públicas efetivas que alterem a qualidade e as condições de vida das mulheres através de uma secretaria municipal específica fez parte da pauta dos principais temas debatidos na I Conferência Municipal de Políticas para Mulheres de Curitiba, realizada entre os dias 31 de março e 1º de abril, no Unicemp. O evento reuniu aproximadamente 700 pessoas para debater o papel da mulher na sociedade, onde tiveram a promessa e garantia de tomadas de decisões que valorizem e se voltem para as causas femininas.

* Esta reportagem saiu na edição de maio do Jornal Laboratório Capital da Notícia

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